A importância das marcas de roupas se posicionarem para a sustentabilidade.
São muitas as partes que fazem a indústria da moda, mas duas são especialmente importantes no desenvolvimento da sustentabilidade do setor: quem produz e quem compra roupa. Ambas as partes precisam estar cientes de que usar recursos naturais indiscriminadamente tem consequências importantes e negativas a todos.
Quantas peças de roupa nova você compra por ano? Segundo o World Resources Institute, um instituto de pesquisas sem fins lucrativos, a indústria da moda produz 20 peças de roupa por pessoa por ano. Se a população da Terra é de cerca de 7 bilhões de pessoas, produzimos, em média, 140 bilhões de novas peças de vestuário a cada 365 dias. Isso significa que, todos os dias, nada menos que 383 milhões de peças são produzidas, são incríveis 4,4 mil peças por segundo!
A H&M e a Zara, por exemplo, ambas fornecedoras de fast fashion, juntaram-se a outras 33 empresas de moda para assinar o acordo da Global Fashion Agenda, no qual se comprometem receber roupas para reciclagem nas lojas e, de maneira geral, aumentar sua reciclagem de roupas até 2020. A iniciativa produz relatórios anuais de acompanhamento do desempenho das signatárias onde lista e explica boas práticas, além de prestar contas acerca da iniciativa, que reúne alguns dos maiores players do mercado no planeta.
“Uma hora vira lei e todo mundo é obrigado a adotar práticas sustentáveis. Mas por enquanto são apenas algumas pessoas pensando nisso”, diz a consultora de moda, empresária, jornalista e autora brasileira Glória Kalil. “Mas interessa a todos, por que dá retorno positivo, é bom marketing para as marcas”, afirma. Para ela, é fundamental que grandes marcas se posicionem na direção da sustentabilidade, já que grandes produções tendem a causar maior impacto ambiental e também a influenciar o comportamento geral do mercado.
Glória lembra também que parte importante da responsabilidade está nas mãos do consumidor que, muitas vezes, ainda não exige isso das marcas. “Ninguém entra numa loja e diz ‘eu só vou comprar coisas sustentáveis’”, diz. Segundo Glória, entre um produto sustentável mais caro e um produto não sustentável mais barato, o consumidor tende a escolher o mais barato. “Não há, ainda, uma demanda nítida por sustentabilidade nesse sentido.”
Uma mudança de cultura, portanto, onde cada um assume as suas responsabilidades na hora de consumir moda, se faz necessária. O filme “The True Cost” dá 5 valiosas dicas de ações individuais que ajudam a criar essa cultura de sustentabilidade na moda.
“The True Cost” Trailer