Polo Norte acima do normal e o Continente Europeu abaixo da média.
A Europa treme de frio, o Polo Norte vive um pico de calor com temperaturas 30 graus centígrados (ºC) acima da normal para a época, um fenómeno excecional que ocorre em contexto de aquecimento do Ártico. Na Europa, o termómetro atingiu os 35ºC negativos em algumas regiões do centro da Federação Russa no domingo, 12ºC negativos na Polónia ou ainda 10ºC negativos no leste da França. Durante este tempo, o Polo Norte, mergulhado na escuridão permanente da noite polar, registava temperaturas positivas graças a vagas de ar ameno.
Para ter uma medida mais precisa, é preciso ir ao extremo norte da Groenlândia, "onde se registaram 6,2ºC no domingo", acrescentou Kapikian. "É um valor excecional, cerca de 30ºC acima do que é normal para a época, mesmo 35ºC dada esta medida tão precisa". Temperaturas positivas no Polo Norte no inverno foram registadas quatro vezes entre 1980 e 2010 . Mas agora ocorreram em quatro dos últimos cinco invernos", disse à AFP o climatologista Robert Graham, do Instituto Polar Norueguês. "Tivemos um inverno excecional no Ártico, o precedente também já tinha sido e não arriscamos muito se dissermos que o próximo também vai ser. É o aquecimento do Ártico", reforçou Etienne Kapikian.
É difícil dizer que um acontecimento está ligado ao aquecimento global. Mas esta tendência que observamos, um Ártico quente, um continente frio, pode estar ligada às alterações climáticas", respondeu Marlene Kretschmer, climatologista no Instituto de Potsdam para a investigação sobre as alterações climáticas. Estes episódios de subida das temperaturas não são uma boa notícia para o gelodo Ártico, cuja superfície nunca foi tão reduzida nesta época desde o início dos registos, há mais de 50 anos. Em torno do arquipélago norueguês de Svalbard, a leste da Groenlândia, a superfície de gelo medida na segunda-feira era de 205.727 quilômetros quadrados, seja menos de metade da superfície média do período 1981-2010, segundo os registos noruegueses. De forma global, os climatologistas consideram provável ver o Oceano Ártico sem gelo no verão até 2050.
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