A PESCA PREDATÓRIA DO PIRARUCU AO LONGO DOS ANOS, AFETA A REPRODUÇÃO DIMINUINDO O NÚMERO DE PEIXES.

Arapaima gigas   
O peixe Pirarucu, conhecido popularmente como peixe pirosca, é o maior peixe de escamas de água doce do Brasil e um dos maiores do mundo, é um peixe que habita águas rasas dos rios e lagos. A espécie vive em lagos e rios afluentes, de águas claras, com temperaturas que variam de 24° a 37°C. O pirarucu não é encontrado em lugares com fortes correntezas ou em águas com sedimentos. O pirarucu é um animal onívoro, pois se alimenta de seres animais e vegetais. Na alimentação do peixe, podemos encontrar frutas, vermes, insetos, moluscos, crustáceos, peixes, anfíbios, répteis e até mesmo aves aquáticas. Possui corpo em forma cilíndrica, cabeça achatada e mandíbulas salientes. Seus olhos são amarelados e de pupila azulada, um tanto salientes. Sua coloração é marrom-esverdeada, escura no dorso a avermelhada nos flancos, sendo a intensidade variável de acordo com o tamanho do individuo e com o tipo de água em que vive. É uma espécie que tem respiração acessória, utilizando-se do oxigênio dissolvido na água, mas principalmente do ar e, por isso, tem que subir frequentemente à superfície d'água. Pode viver mais de 18 anos. Devido à sua excelente carne, é considerado “o Bacalhau Brasileiro”. Pode atingir comprimento máximo de 2,10 m e 112 Kg de peso. Durante a seca, os peixes formam casais. Nesse período, o pirarucu macho aumenta a intensidade da coloração avermelhada nos flancos. Antes da fêmea depositar os ovos no leito do rio, o macho faz a limpeza da área e arranca com as mandíbulas raízes e galhos presentes no local escolhido. Em seguida cava uma poça circular, onde a fêmea inicia a desova, para que seu companheiro possa fecundar os ovos. Durante a incubação, a fêmea permanece mais próxima do ninho, enquanto o macho nada nas redondezas para intimidar predadores que possam trazer perigo aos ovos. Os ovos eclodem após oito a 10 dias. A espécie corre risco de extinção devido à pesca predatória praticada ao longo de muitos anos. A reprodução natural do peixe é insuficiente para repor o número de pirarucus pescados. A exploração não sustentável fez com que o Ibama - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - criasse em 2004 uma Instrução Normativa que regulamenta a pesca do pirarucu na Amazônia, proibindo-a em alguns meses do ano e estabelecendo tamanhos mínimos para pesca e comercialização da espécie.
  


O MACACO ARANHA DE CARA BRANCA QUE ESTÁ SOB PROTEÇÃO POR EXTINÇÃO NO BRASIL.

Ateles marginatus
O macaco-aranha-de-testa-branca (Ateles marginatus) é uma das seis espécies do gênero Ateles, conhecidos como Primatas do Novo Mundo, o único do gênero Ateles endêmico no Brasil e que, está em perigo de extinção. Por viver em uma área muito exclusiva na Floresta Amazônica, o conhecimento sobre a sua espécie é limitado. Os registros comportamentais das espécies são minimamente notificados. Os Macacos-aranha se dividem em várias espécies, espalhados pela região amazônica e algumas chegando até o território mexicano. Falando especificamente sobre o ‘testa-branca’, é um animal que sempre está nos locais mais altos da floresta. O corpo mede aproximadamente 60 cm, com uma cauda longa que pode atingir 70 cm. Pesam em média 8 kg, sendo os machos maiores do que as fêmeas. A face tem um contorno com pelagem branca, que é mais pronunciada na testa, com pelagem do corpo curta e totalmente negra. Os braços, pernas e cauda permitem se deslocar com facilidade entre as copas das árvores. Essa característica do corpo é responsável pelos primatas desse grupo serem conhecidos como “macacos-aranha”. Em relação às outras espécies de primatas do Novo Mundo, os macacos-aranha se reproduzem mais lentamente, acasalando uma vez a cada 3 a 4 anos. O filhote torna-se independente entre 15 a 18 meses, atingindo a maturidade sexual em torno de 4 a 5 anos de idade. Apresentam importante papel ecológico na dispersão de sementes dentro da floresta. A dieta é baseada em frutas, folhas, brotos e cascas de árvores, inclusive, gostam de viver nas copas delas. 


 

ÁGUA-VIVA BOTÃO AZUL (PORPITA PORPITA)

Porpita porpita

A água-viva botão azul é um animal passivo que flutua à deriva enquanto aproveita para se alimentar de plâncton. É um organismo marinho que consiste numa colônia globular de hidróides que ocorre nas águas tropicais dos oceanos Pacífico, Atlântico e Índico. Embora seja frequentemente confundido com as águas-vivas, que também pertencem ao filo Cnidaria, a espécie é completamente distinta, integrando a classe hydrozoa. Essa espécie possui um grande número de tentáculos e um diâmetro de 3 centímetros, quando o disco está plano. Seus tentáculos têm um tom azul translúcido, enquanto a borda do disco é azul escuro. O corpo de um indivíduo é formado pela união entre a colônia de hidroides e uma boia. Por isso, o órgão flutuante da Porpita porpita é arredondado e quase plano, com uma coloração marrom dourada. Quanto à cor que a colônia de hidróides adquire, varia desde um tom amarelado até o azul turquesa brilhante. Essa colônia de hidróides assume uma forma parecida com tentáculos e, por isso, ficam semelhantes a uma água-viva. Cada um dos “tentáculos” é constituído por um grande número de ramificações. E, na ponta de cada uma dessas ramificações, estão as células que contêm veneno, os nematocistos. Embora esse organismo geralmente viva na superfície do oceano, às vezes pode chegar à costa. Por esse motivo, eles já foram vistas por banhistas nas praias ou áreas costeiras. Geralmente, elas ingerem pequenos crustáceos que fazem parte do plâncton, copépodes, e larvas de crustáceos. A boca desse animal tem uma dupla função: ingestão de alimentos e eliminação de resíduos.