Neonothopanus gardneri
A energia que o fungo acumula durante o dia, à noite, é utilizada para gerar a iluminação natural.
Conhecido localmente como flor de coco, é um fungo bioluminescente e um dos maiores do mundo, nativo dos estados de Goiás , Piauí e Tocantins no Brasil,
O fungo foi descoberto pela primeira vez em 1839 pelo botânico inglês George Gardner , depois de encontrar alguns jovens brincando com material brilhante nas ruas de Villa de Natividade, no estado de Goiás, no Brasil. Inicialmente pensando que era um vagalume, ele descobriu que era um cogumelo conhecido localmente como Flor de Coco, que era comum no local e encontrado em folhas de palmeira em decomposição. E como se explica a bioluminescência desse fungos durante a noite?
Um ponto importante do estudo foi descobrir que a hispidina, uma molécula com propriedades farmacológicas presente em boa parte das plantas, é precursora da luciferina, substrato essencial à produção de luz nos fungos. O estudo aponta que há uma reciclagem das moléculas envolvidas no processo, o que faz com que a hispidina seja formada constantemente e reaja em seguida, dando continuidade ao ciclo da bioluminescência. A hispidina também está em cogumelos não luminescentes, nos quais é responsável por uma cor alaranjada e por protegê-los contra os danos causados pela luz solar. De acordo com a sequência de reações químicas revelada pelo grupo de pesquisadores, a luciferina reage com oxigênio por ação da enzima luciferase e dá origem à oxiluciferina excitada, que, ao decair para o estado fundamental, emite um fóton – e, portanto, luz. Depois disso, a oxiluciferina sofre ação de outra enzima e dá origem ao ácido cafeico. Essa é outra descoberta importante porque o ácido cafeico já era conhecido como precursor da hispidina. Assim, Stevani explica que o ciclo se fecha. “Há uma reciclagem das moléculas envolvidas na bioluminescência, o que explica a pequena quantidade de hispidina existente nos fungos: ela é constantemente formada, em seguida reage e o ciclo da bioluminescência continua.” Como esse processo consome oxigênio, pode ser uma maneira de o organismo combater danos por estresse oxidativo.
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