A GRANDE SECA ATINGE O AÇUDE DO CEDRO.

O Açude do Cedro, com a seca, prejudica a fauna, flora e população.


O Açude do Cedro localiza-se em Quixadá, Ceará. D. Pedro II, deu a ordem de construção, porém a realização deste foi feita pelos os primeiros Governos Republicanos do Brasil entre os anos de 1890 e 1906. Com capacidade para armazenar 125.694.000m³. O açude se integrou à paisagem local, em que se destaca a Pedra da Galinha Choca. Ponto turístico tombado pelo patrimônio histórico nacional, é usado nos dias atuais sobretudo para lazer. Hoje o Cedro está atualmente com 0,2% da sua capacidade, poderíamos dizer seco, fato ocorrido apenas 4 vezes na sua centenária história,1930/1932/1950/1999. O açude do Cedro é resultado de uma das maiores secas que o Brasil e o Nordeste já enfrentaram.

Caminhando pelo local no mês passado, uma equipe de biólogos e estudantes registrou uma amostra do tamanho do impacto ambiental: contou 439 carcaças de cágados, o réptil de carapaça muito parecido com as tartarugas e os jabutis.
O número ainda está subestimado, pois muitos levaram carcaças para casa. É alarmante, pois encontramos apenas uma espécie de cágado (Phrynops geoffroanus), justamente a mais resistente, quando esperávamos pelo menos outras duas”, afirmou à BBC Brasil o biólogo Hugo Fernandes-Ferreira, professor de Zoologia da Universidade Estadual do Ceará (UECE).

O Ceará entrou no quinto ano seguido com chuvas abaixo da média, é a pior seca em cem anos, segundo a Fundação Cearense de Meteorologia. O resultado se vê no mapa dos açudes do Estado – todos os 136 estão com volume inferior a 30% da capacidade, e quase cem estão vazios.
População e indústria já sofrem com restrições no abastecimento e taxas extras sobre o consumo.
A seca recorde, afirma, possivelmente está associada ao aquecimento global, mas também teve a influência do El Niño, fenômeno climático que costuma agravar o quadro no Nordeste por impedir a chegada de frentes frias à região.
Costa também critica a política de recursos hídricos do Estado, que para ele favorece grandes empreendimentos como termelétricas em detrimento do uso sustentável.
“Há negócios com outorgas indecentes, com algumas empresas autorizadas a usar água que abasteceria quase dois milhões de pessoas.”

Sua beleza arquitetônica, aliada a importância histórica e econômica, fazem com que o povo de Quixadá e de toda região, fique entristecido com a situação atual do reservatório. A esperança de todos, é que em 2017, a tristeza volte a dar lugar a beleza e o reservatório receba a recarga necessária, fazendo retornar a alegria de todos aqueles que tem o Cedro, como um dos principais cartões postais do sertão cearense.


                                           Açude do Cedro-antes                     Açude do Cedro-depois
                           

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